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Se gasta demais te criticam, se economiza demais te criticam…

“Nem tanto ao céu, nem tanto a terra” ou “Tudo em excesso faz mal”


Estas frases servem perfeitamente para contextualizar o título. De acordo com a última pesquisa divulgada pela CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, dados de outubro/2020 apontam que 66,5% das famílias brasileiras estão endividadas. Já pesquisa da ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, no relatório Raio X do Investidor Brasileiro, divulgado em julho de 2020 com dados de novembro de 2019, aponta que 44% dos brasileiros tinham aplicado em produtos financeiros naquele ano. Temos aí indicadores que nos levam a crer que as pessoas que gastam demais são maioria.


Embora não se saiba ao certo quantas pessoas são poupadores compulsivos e quantas são compradores compulsivos, sabemos que nenhum dos extremos é benéfico. É preciso ficar atento a alguns sinais dos dois comportamentos e procurar ajuda profissional se perceber que o comportamento pode ter se transformado num transtorno obsessivo compulsivo (TOC).


No caso dos gastadores compulsivos, existe até uma doença chamada oneomania, também conhecida como transtorno do consumo compulsivo, caracterizada pelo consumo descontrolado de coisas que a pessoa não precisa, mas que o ato de comprar preenche uma carência psicológica. Para o comprador compulsivo, o ato de comprar é prazeroso e alivia momentos de estresse e ansiedade. É comum a pessoa comprar itens que nunca use ou até repetidos. Estas pessoas em geral gastam mais do que ganham e estão sempre rolando dívidas.


Os poupadores compulsivos são aqueles que poupam sem propósito, o dinheiro guardado não tem vínculo com sonhos, ou seja, guardar o dinheiro pelo dinheiro e não pelo que ele pode proporcionar de conforto, realização e bem estar. Estas pessoas passam a economizar de forma perigosa, muitas vezes comprando produtos de qualidade duvidosa, colocando em risco a própria saúde e de sua família.


O ideal é buscar um equilíbrio, ou seja, poupar uma parte dos ganhos e vinculá-los a propósitos específicos com valor e data para realizá-los, comece guardando 10% da sua renda líquida, crie um espaço no seu orçamento familiar para poupar todos os meses criando assim o hábito. Estude sobre investimentos e dê preferência no início aos que protejam seu dinheiro da inflação e ofereçam algum rendimento real.


Reserve também no orçamento familiar organizado, uma parcela para gastar sem culpa, o percentual vai variar de pessoa para pessoa, mas é importante ter tudo registrado e revisado periodicamente. Três regras básicas para ter um relacionamento saudável com o seu dinheiro: 1ª não gastar mais do que ganha; 2ª não gastar tudo o que ganha e 3ª não gastar antecipadamente o que ainda vai ganhar. Uma atitude que ajuda muito é procurar fixar um padrão de vida um pouco abaixo da sua renda, ou seja, manter uma padrão com 80% da sua renda, por exemplo.


Por fim uma regra bem simples e que pode servir para você é a regra 50-30-20; que consiste em destinar 50% da renda para o seu custo de vida, gastos fixos essenciais, 30% para gastos variáveis e 20% para saúde financeira, aqui inclui além dos investimentos nos sonhos, também a formação da reserva de emergência, que deve ser de 6 a 12 vezes o custo de vida mensal. Somente depois de formada a reserva de emergência comece a poupar para os sonhos.


Invista na sua Educação Financeira e tenha um relacionamento sério com seu dinheiro para realizar sonhos.







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