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R$ 1 trilhão na caderneta de poupança

A poupança ainda é o principal destino das economias da maioria dos brasileiros, em torno de 60% dos investidores guardam dinheiro na caderneta de poupança, o ativo financeiro mais popular do país, apesar da rentabilidade atual negativa, pois uma regra que vale para os depósitos feitos a partir de 05/05/2012 determina que sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, a poupança renderá 70% da Selic, como estamos na menor histórica da Selic de 2% ao ano, a poupança rende 1,4% ao ano, o que equivale a 0,1159% ao mês.


A rentabilidade é negativa porque o IPCA, índice oficial de inflação acumula 3,92% de novembro/2019 a outubro/2020. Apesar de ser considerada o pior investimento pelos analistas do mercado financeiro, no final de setembro o saldo da poupança atingiu incríveis R$ 1 trilhão, exatos R$ 1.001.652.345 em 30/09/2020 conforme relatório do BC. No ano, a captação líquida (depósitos superaram os saques) é de R$ 137,2 bilhões até o final de setembro.


Outros dados interessantes que recebi num Insight da corretora da qual sou cliente: Existem mais de 20 mil contas de poupança com saldo superior a R$ 1 milhão e surpreendentes 106 contas com saldo superior a R$ 20 milhões.


Comparando com o CDI no ano, enquanto a poupança rendeu 1,76%, o CDI rendeu 2,28%. No mês a poupança rende 0,12% e o CDI 0,16%


Afinal o que explica este volume tão grande de dinheiro investido na caderneta de poupança? São vários fatores que influenciam este fenômeno, vejamos alguns.


  1. Parte deste crescimento vem dos créditos do auxílio emergencial e saques do FGTS.

  2. Muitas pessoas utilizam contas de poupança para movimento típico de conta corrente, em geral para não pagar cesta de tarifas. Só na Caixa Econômica Federal são mais de 50 milhões de contas poupança.

  3. Muitos aposentados e pensionistas indicam contas poupança para o recebimento de seus benefícios mensais.


E porque tantas pessoas ainda investem em poupança se existem no mercado financeiro outros ativos financeiros mais rentáveis? Digo que a maioria é por comodidade, por conta da simplicidade em depositar, pois os grandes bancos adotam contas universais, basta um clique para transferir o dinheiro da conta corrente para a poupança e vice e versa.


Outro motivo é a falta de conhecimento, seja por falta de interesse ou por medo de investir em outras modalidades por achar tudo muito complicado, inseguro, trabalhoso.


Existe é verdade a isenção do Imposto de Renda, mais igualmente isentos e mais rentáveis são ativos como LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letras de Crédito Imobiliário) que são títulos emitidos por bancos. É verdade que apenas os ofertados por bancos médios e pequenos oferecem rentabilidade acima de 100% do CDI, para encontrá-los você vai precisar abrir uma conta numa corretora, muito simples de fazer hoje em dia.


Não cabe explicação nem mesmo na questão da garantia, uma vez que o FGC garante até R$ 250 mil por CPF e por instituição limitado ao montante de R$ 1 milhão.


Outra desvantagem da poupança em relação a outros investimentos de renda fixa é o período de crédito dos rendimentos, na poupança o rendimento só é creditado depois de 30 dias, enquanto em CDBs com liquidez diária e títulos do Tesouro Direto você acompanha os rendimentos diariamente.


Mas atenção a um importante detalhe: Se você tem uma conta poupança com saldo de depósitos efetuados antes de 04/05/2012 deixe onde está, pois estes rendem pela regra antiga, ou seja 6% ao ano + TR, hoje o triplo da Selic e o 50% acima da inflação. Saque somente se for para alguma emergência. Não vale a pena sacar para migrar para outro investimento, pois com a Selic na mínima histórica de 2% ao ano e CDI a 1,90% é praticamente impossível encontrar rentabilidade semelhante em outro ativo de renda fixa com a mesma segurança e liquidez. Para se ter uma ideia, R$ 1 milhão numa poupança antiga, em um ano rende R$ 61.677,81 enquanto na poupança nova R$ 13.997,00.


Para os investidores com perfil conservador, simulei duas alternativas mais rentáveis que a atual poupança. Uma LCA ou LCI (isentas de IR como a poupança) que pague 100% do CDI (1,90%), a título de ilustração, R$ 1 milhão rende em 1 ano R$ 18.923,89. A segunda simulação foi de um CDB, mas este, como tem IR (17,5% no caso) precisa encontrar um banco que pague 120% do CDI (2,28%) que renderia no nosso exemplo R$ 18.659,04.


Enfim, para a reserva de emergência, que é um dinheiro que precisa ter segurança e liquidez, não há como fugir da renda fixa, mas para proteger esta reserva dos efeitos da inflação e puder manter uma parte por prazos mais longos, uma boa opção são os chamados títulos de inflação, são aqueles que oferecem uma rentabilidade pré-fixada acrescida da inflação, como são os títulos Tesouro IPCA+ do Tesouro Direto. No dia que concluo este artigo, já com o mercado fechado, um destes títulos. o Tesouro IPCA+ 2035 foi ofertado a 4,26% aa + inflação sendo possível investir a partir de R$ 36,96.


Concluindo, com o cenário atual de rentabilidade negativa em parte da renda fixa, é o momento de diversificar e começar a conhecer as opções da renda variável, investir no conhecimento é fundamental. Para os iniciantes, seguir as carteiras recomendadas e ouvir especialistas da sua corretora é um bom início. Mas o melhor mesmo é entender como funciona a renda variável e aprender a investir com independência.





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