O Desenrola desenrola mesmo?
A resposta é: em parte!
Isso porque na maioria dos casos o programa não resolve o endividamento, mas sim a inadimplência. Na prática, para grande parcela dos endividados, apenas vai acontecer o que o mercado de crédito chama de "mudança no perfil da dívida".
Ou seja, o endividado vai trocar uma dívida cara e de curto ou curtíssimo prazo, como os rotativos de cheque especial e cartão de crédito, por dívidas mais baratas e de longo prazo com parcelas fixas, como os empréstimos consignados.
O Programa é bom, mas para que fosse ótimo faltou um componente fundamental: a Educação Financeira!
Só a popularização do acesso a Educação Financeira combateria o problema do endividamento na causa.
Não basta ajudar as pessoas a limparem o nome dos órgãos de proteção ao crédito, renegociarem dívidas com bons descontos e voltarem a ter acesso ao crédito, se elas não aprenderem a elaborar um orçamento familiar organizado, a poupar todos os meses parte dos ganhos, a investir melhor estes recursos, a aprender a comprar, a valorizarem cada centavo que passa pelas mãos.
Programas de renegociação de dívidas existem há tempos, promovidos pelos órgãos de proteção ao crédito, mas com iniciativa governamental creio que é o primeiro.
Mas da mesma forma como ocorre com os chamados “feirões limpa nome”, por falta de Educação Financeira, em pouco tempo as mesmas pessoas voltam a se endividar.
Não adianta renegociar, se aquela parcela não couber no orçamento familiar. É preciso fazer ajustes no orçamento e encontrar espaço para a parcela e para formar uma reserva de emergência, que evitará novos endividamentos.
Para começar basta aplicar os três fundamentos da resiliência financeira:
- Não gastar mais do que ganha;
- Não gastar tudo que ganha;
- Não gastar antecipadamente o que ainda vai ganhar.
E aí, o que você acha desse programa governamental?
Comentarios